“A formação pode ser um triunfo para as mulheres”

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Inês Esteves a única mulher a participar da formação.

Inês Esteves é a única mulher do grupo de 20 formandos que frequentam o terceiro módulo de Formação sobre Direitos Humanos, que começou na segunda-feira, 1.

Nesta que é já a terceira edição desta formação que o Mosaiko | Instituto para a Cidadania organiza, demonstrou uma vez mais, que as mulheres são as que menos participam. Inês Esteves, até ao momento, é também a única que conseguiu estar presente e finalizar os dois módulos anteriores. As poucas mulheres que a antecederam, acabaram por não concluir.

“A primeira coisa que a mulher deve ter é optimismo e vontade de querer aprender”, realça a formanda, acrescentando que é importante que as mulheres conheçam os seus direitos e uma formação específica nesta área pode consolidar a sua auto-defesa e, antecipadamente, permitir que cada mulher identifique as violações dos seus direitos.

Formanda e Formandos do III módulo num trabalho de grupo

Inês Esteves é formada em Psicologia, tem por hábito participar e aproveitar oportunidades que aumentem o seu conhecimento e, não se fica por aqui, tenciona um dia escrever um livro. Na verdade, confirma a sua própria afirmação de que: “A formação pode ser um triunfo para as mulheres”.

E só não é assim, porque a realidade mostra que ainda há muito a fazer para que as mulheres possam também, aproveitar estas oportunidades e triunfar. Daniela Vieitas é uma das facilitadoras da Escola de Formação sobre Direitos Humanos, considera que não há mais mulheres nestas formações pela maneira como a sociedade vê e posiciona a mulher. Nesta perspectiva, a sociedade determina logo que este tipo de actividades não são para as mulheres.

A educação a que as mulheres são sujeitas em casa desde criança, reforça esta ideia. Colocando-a em segundo plano em tudo o que envolva escola, decisões, opinião, intervenção… Mudar esta situação, leva tempo, mas é importante incentivar e estimular as crianças desde cedo, dando-lhes referências que felizmente, já existem e Inês Esteves, é uma entre muitas mulheres que hoje demonstram que a formação faz toda a diferença.

O terceiro módulo termina amanhã, 6 de Fevereiro, contou com 20 formandos que durante uma semana aprenderam sobre os direitos económicos, sociais e culturais.

A Escola de Formação sobre Direitos Humanos conta com o apoio da MISEREOR, pretende capacitar e sensibilizar os jovens em temas de Direitos Humanos e Cidadania, levando-os a assumir um compromisso na defesa e promoção dos Direitos Humanos em Angola.

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