Mosaiko realiza debate sobre a corrupção

O encontro serviu para os participantes reflectirem sobre as diferentes situações de corrupção.

No âmbito do projecto Educação em Direitos Humanos,  que tem a finalidade de fomentar a cultura jurídica dos angolanos em analisar temas ligados aos principais problemas sociais que o país tem enfrentado, o Mosaiko | Instituto para a Cidadania realizou neste sábado, 12 de Maio, o debate com o tema: A corrupção: Todos nós temos um preço?

Com moderação do advogado e professor Benja Satula, estiveram no Jango do Mosaiko 86 participantes, dos quais 16 mulheres e 70 homens. O moderador começou por ouvir as diversas opiniões dos participantes para conhecer o nível de percepção de cada um sobre a corrupção.
Marta Manuel disse que o contexto social do país, em muitos casos, leva os cidadãos a incorrerem a certos actos ilícitos como “pagar uma gasosa” para poder ter acesso rápido a assistência médica ou aquisição de um Bilhete de Identidade que devia ser gratuito sob pena de ficar sem estudar ou morrer na porta de um hospital.
O professor Benja Satula afirmou haver uma má interpretação do fenómeno corrupção pelos cidadãos, bem como uma tendência a minimizar certos actos como: o tráfico de influências, troca de favores, antecipação, ou a gasosa. “As pessoas atribuem nomes bonitos a esses actos, mas não deixa de ser corrupção”.

“É preciso tomar consciência de que constituem actos de corrupção tão graves quanto os de um titular do poder público, por isso não devem ser normalizados”, reforçou o advogado.
O professor diz perceber que a burocracia no acesso aos serviços básicos como educação, documentação e saúde têm sido alvos de justificação para muitos desses actos de corrupção, mas, por outro lado, diz também que o contexto social do país não deve levar a práticas ilícitas.
Entretanto, respondendo a pergunta “todos temos um preço?”, o moderador do debate afirmou: “sim, todos nós temos um preço, mas infelizmente para alguns o preço é o valor monetário, mas para mim o meu preço é a dignidade” e devia ser o de todos os angolanos que sonham com uma Angola melhor, concluiu.

Participante felicita a iniciativa

Mâncio Capita felicitou o Mosaiko pela iniciativa. “É um espaço em que se pode ouvir e também emitir a sua opinião, que nos catapulta para outra dimensão social. É a partir de espaços como esse que mudamos as mentalidades e construímos a nação.”
O debate foi realizado com o apoio da Misereor, do Instituto de Camões e da Fundação Fé e Cooperação.

Por uma Angola melhor!

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