Como dar qualidade à Educação?

Não é novidade que a educação em Angola não tem qualidade, mas para mudar esse quadro ideias não faltam, a grande ausente continua a ser a vontade política… No Cidadania...

Não é novidade que a educação em Angola não tem qualidade, mas para mudar esse quadro ideias não faltam, a grande ausente continua a ser a vontade política…

No Cidadania em Debate do passado sábado, 10, o professor Rodrino Tchieva sublinhou a necessidade de haver bibliotecas a partir do pré-escolar, espaços, materiais, mobiliários e melhores salários para os professores de base. Sendo que todas estas dimensões fazem parte dos Indicadores da Qualidade da Educação da Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas (UNESCO).  

“Uma biblioteca equipada com livros de acordo  com os níveis de base… Não pensemos que as bibliotecas são apenas para o nível superior. Sob acompanhamento de um especialista, os meninos fazem uma leitura à sua maneira”, constatou o professor, sublinhando ainda que não se deve pensar que apenas os adultos fazem o “exercício” de leitura.

Para Rodrino Tchieva, a qualidade de ensino “não se compra nas Américas e na Europa, não é uma coisa importada, mas, pelo contrário, é uma construção apoiada numa planificação que corresponda às exigências que os Indicadores da Qualidade da Educação impõem”.

Quanto aos professores,  Tchieva defendeu que “o mínimo a ser exigido ao professor do ensino primário deve ser a licenciatura”. O palestrante destacou também que os actuais seminários de formação contínua, ministrados em apenas dois dias são ineficazes. “Deve ser entre um a seis meses, como se de uma pós-graduação se tratasse. E com um salário que dignifica realmente o trabalho do professor”, realçou.

O Cidadania em Debate contou com a presença maioritária de crianças e adolescentes, mas também com o mais velho, Avelino Tchangala que recordou um passado colonial com uma educação de melhor qualidade do que a actual, referindo ainda que uma educação de qualidade “serve de cajado para analisarmos situações subjectivas e objectivas da nossa realidade, e de escudo para cada um defender os seus direitos, já não mais de uma forma empírica, mas de uma forma concreta.”.

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