“Os defensores dos Direitos Humanos são guardiões das liberdades e da boa governação”

70 anos da DUDH

Embaixadora britânica Jessica Hand

A embaixadora do Reino Unido em Angola, Jessica Hand, afirma que os defensores dos Direitos Humanos são os guardiões das liberdades, democracia e boa governação. A afirmação foi feita durante o seu discurso na cerimónia realizada pelo Mosaiko, por ocasião da celebração dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH).

 “Digo a todos vocês: ao falar abertamente e ajudar as pessoas a entender e exercitar seus direitos, vocês actuam como guardiões das nossas liberdades, das nossas democracias e da boa governação.”, afirmou a embaixadora, quando se dirigia aos promotores e defensores de Direitos Humanos presentes no evento.

Jessica Hand disse que apesar de o mundo estar a festejar o septuagésimo aniversário da DUDH, ainda estamos longe de alcançar os direitos e liberdades expressos nessa Declaração. “Portanto, agora mais do que nunca, todos nós devemos defender os Direitos Humanos, proteger e defender os direitos individuais, promover a igualdade e a liberdade. É por isso que estou muito satisfeita por ver tantos defensores dos Direitos Humanos aqui hoje”, enfatizou.

A embaixadora insistiu que há necessidade de mais intervenções em duas temáticas que são prioridades para o Reino Unido: A igualdade de género e liberdade de imprensa e de expressão.

Jessica destacou também que esta celebração é uma oportunidade de reafirmar a relevância da Declaração dos Direitos Humanos. “Este é um momento para redobrarmos os esforços colectivos para defender os direitos individuais; nutrir a criatividade e o progresso humano e promover a abertura e a tolerância que permitem as sociedades florescer. Nós precisamos agir e implementar essas acções, “porque hoje mais do que nunca, esses direitos estão sob ameaça em todo o mundo”, orientou a embaixadora.”

Director Geral do Mosaiko

Mosaiko trabalha em prol de um mundo mais humano

Ao falar sobre os 70 anos da DUDH, o Director Geral do Mosaiko, frei Júlio Candeeiro, afirmou que hoje está cada vez mais claro, que não são as armas nem o reforço de fronteiras que trazem a paz e a segurança, mas sim o respeito pelos Direitos Humanos e pelas liberdades fundamentais.

Segundo o Director, o acolhimento dos Direitos Humanos em Angola é tão forte ao ponto do art.º. 13 da Constituição da República dizer no seu nº 2 que “o direito internacional geral ou comum, recebido nos termos da presente constituição faz parte integrante da ordem jurídica angolana. Todavia o director ressalta que em Angola, ainda há diversas violações dos Direitos Humanos, “a saber, que ainda são milhões os angolanos/as privados dos seus direitos a uma saúde digna, a uma educação de qualidade e sem acesso efectivo à Justiça, entre outros”, afirmou o frei.

Frei Júlio destacou também que o Mosaiko há 21 anos, juntou a sua voz a milhares de outras vozes trabalhando em prol de um mundo mais fraterno e humano. No espírito de continuidade do sonho dos que proclamaram a DUDH, “nós acreditamos que cada um dos membros da família humana tem direito a gozar dos direitos proclamados neste magno documento. É este o sonho que alimentamos, pois acreditamos que foi e é também o sonho de Deus ao criar o universo”. Ler discurso

Convidados no Jango do Mosaiko

Sobre o evento

A actividade decorreu nas instalações do Mosaiko, no dia 10 de Dezembro, data que neste ano marcou os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e contou com a presença de cerca de 100 pessoas, entre representantes de instituições e convidados singulares.

Durante o evento foi inaugurado o Mural Artístico sobre os Direitos das Crianças e das Mulheres, feito pelo artista Thó Simões. Também houve a apresentação de uma peça teatral, intitulada “O sonho de um mundo melhor”, com a direcção da actriz portuguesa Lígia Roque. A cantora Ângela Ferrão também esteve no evento e apresentou algumas das suas canções.

Ainda durante o encontro foi exibido o filme sobre os 70 anos da DUDH, produzido por Gretel Marin, e ao final, após o cocktail, cada participante recebeu um tríptico sobre a Campanha “Acesso à Justiça: Um direito várias conquistas”, que está a ser promovida pelo Mosaiko e a Fundação Fé e Cooperação (FEC).

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