É ano de eleições e nos discursos, os políticos prometem aos jovens melhores condições de vida, emprego, facilidade de acesso a crédito, projectos…
As prioridades para a juventude são conhecidas e reconhecidas por quem governa? A realidade, a actuação dos governantes e dos que concorrem à governação, diz que não. Mas ainda assim, no ‘Cidadania em Debate’, no passado dia 14 de Maio, jovens e representantes dos partidos políticos sentaram-se no jango do Mosaiko, em Viana, para constatar se a juventude continua a ser prioridade apenas nos discursos eleitorais.
Para a professora Leopoldina Fekayamale é necessário que “os partidos políticos na oposição oiçam os anseios da juventude sobre o que realmente querem e não se foquem apenas nos erros do partido no poder, apresentando também propostas novas para merecerem o voto”.
Por sua vez, Solia Solende, secretário executivo do PRS, José Makemdelwa da FNLA e Adilson Manuel, secretário nacional da Juventude do Bloco Democrático, reafirmaram as promessas, destacando que os programas eleitorais dos seus partidos prevê melhorias no sector da educação e a criação de mais oportunidades de emprego.
Entre os jovens presentes, voltar a ouvir estas promessas eleitorais generalistas, provocou um efeito de desgaste e frustração. A maioria saiu do debate insatisfeita, pelo facto dos representantes partidários não corresponderam às expectativas.
Esse aliás, é um fenómeno geral, a participação da juventude tem decaído substancialmente por não se verem representados e porque quem governa é incapaz de dialogar e de considerar a perspectiva dos jovens. Sentindo que são apenas usados para engrossar as massas e colher votos, os jovens têm cada vez menos vontade de participar ou mesmo de votar.
Num país constituído maioritariamente por jovens, continua-se a obrigar que se tornem velhos para governar, decidir ou ser ouvido. Mas a juventude que hoje tem acesso a outras fontes de informação e conhecimento, já percebeu que esperar para envelhecer, é anular o seu próprio futuro.
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