“Mosaiko, as pessoas sentem-se cuidadas por vocês. Vocês são portadores da esperança” – Palavras de Catarina Lopes.
Toda e qualquer organização precisa de contar com o apoio consistente de uma equipa, para que o trabalho se possa desenvolver e se tornar eficaz para o público ao qual se destina. Além disso, é preciso pensar e organizar recursos, sejam eles financeiros, humanos, enfim. É este conjunto de ideias e importâncias que faz com que a parceria Mosaiko| Instituto para a Cidadania e Fundação Fé e Cooperação (FEC), tenha cada dia mais presente os passos que precisam de ser dados nos projectos que já estão em andamento e articular outros, para que colectivamente se possa construir uma Angola melhor com todas as pessoas.
Nos últimos dias do mês de Fevereiro e início de Março, este foco de fazer bem e cada vez melhor com as pessoas foi uma constante ao longo da visita de monitoria da coordenadora do Departamento de Cooperação, Catarina Lopes, e da directora executiva da FEC, Susana Réfega. Os dias foram curtos para tantas experiências a serem compartilhadas. Os trabalhos de avaliação da segunda fase do projecto “Promoção dos Direitos Humanos em Angola” foram intensos e cheios de novidades. As representantes da FEC passaram horas, reunidas com as equipas do Departamento de Justiça e Direitos Humanos, (DJDH), Departamento de Informação e Edições, (DIE), e a Direcção do Mosaiko, visitaram Escolas de Ensino Médio e Superior, Instituições e Grupos Locais de Direitos Humanos para poderem analisar o desempenho deste projecto
Alguns resultados positivos da visita da FEC aos Grupos Locais de Direitos Humanos
E entre uma reunião e outra, duas equipas se prepararam e foram para mais uma viagem para as províncias de Malanje e Benguela, a fim de realizar a visita de monitoria do Projecto aos Grupos Locais de Direitos Humanos do Quela, em Malanje, Cubal e Ganda, em Benguela. Para além do elogiado acolhimento das pessoas da Ganda, Catarina comentou que também ficou impressionada com a realidade com que muitas pessoas convivem. Por exemplo, uma situação que a deixou bastante comovida, foi saber do episódio de pessoas que perderam a vida, porque não havia sangue no hospital. “Isso mostra que é preciso fazer alguma coisa. Como sabemos o sangue não se produz, é preciso dadores humanos e não vendedores de sangue”, enfatizou.
Essas e outras violações dos Direitos Humanos são situações constantes que as pessoas e grupos enfrentam. Porém, na contra mão de tudo isso, Catarina destaca: “Por onde tivemos a oportunidade de passar podemos perceber a presença significativa do Mosaiko. Com a vossa presença lá, as pessoas sentem-se cuidadas e seguras. Vocês são portadores de esperança”, afirmou a responsável da FEC.
Ao falar sobre como o Mosaiko está a desenvolver o Projecto, Catarina mencionou que este é um trabalho pertinente e que as equipas e os grupos envolvidos têm respondido muito bem. “Sabemos que para as parcerias, tanto o Projecto como as instituições envolvidas precisam de estar em harmonia. E o que me chama atenção, é que vocês fazem as adequações do Projecto ao contexto, não só pensando em vocês, mas pensando nas pessoas com quem vocês trabalham”, destacou Catarina.
O Director administrativo do Mosaiko, frei Mário Rui também faz uma avaliação “bastante positiva” desta visita, e comenta que é evidente a possibilidade de um trabalho em conjunto, e o quanto isso contribuiu para o estreitamento da parceria entre a FEC e o Mosaiko. “Além disso, alguns resultados confirmam que as várias sugestões e recomendações feitas na avaliação anterior foram acolhidas e outras sugestões ao trabalho que o Mosaiko está a desenvolver estão a ser introduzidas”, explicou o director. Contudo, o projecto vai já na terceira fase e uma das principais actividades que também será um desafio e inovação no trabalho do Mosaiko, é a campanha de comunicação do projecto ” Promoção dos Direitos Humanos em Angola”.
Perspectivas e novo Projecto “Promoção da Advocacia de Politicas Publicas inclusivas em Angola”
Catarina diz, empolgada, que é notável que estamos num momento de mudança, em Angola. E o estado Angolano tem demonstrado mais abertura para a sociedade civil. “Vamos nos ajudar mutuamente para tentar dar respostas às necessidades. É hora de trabalharmos juntos; estar nas organizações da sociedade civil angolana ou estrangeira, e ter alguma paciência, pois há muitas necessidades e as mudanças não podem ser todas num mesmo momento, então devemos ter esperança, paciência e muita acção, e este é um grande desafios para todos nós.
O frei Mário Rui, explica que há um novo projecto -Promoção da Advocacia de Politicas Publicas inclusivas em Angola “ambicioso para nosso contexto angolano”, que está a ser implementado com o apoio da União Europeia.
Segundo o director administrativo, o projecto visa:
- “Trabalhar com alguns grupos locais, aonde vai ser aplicada a metodologia de training for transformation, muito centrada na transformação social e que será aplicada basicamente às questões de orçamento, questões de género, cujo objectivo é também contribuir para políticas mais inclusivas, em que as preocupações das pessoas que estejam em situações de vulnerabilidade sejam evidenciadas e que o Orçamento Geral do Estado (OGE) contribua para isso. Por outro lado, há uma vertente de análise do OGE que vai alimentar a discussão pública e apropriação na lógica do cidadão, dos grupos mais vulneráveis daquilo que são os dados técnicos, do que é propriamente o OGE.
- Uma outra dimensão é uma pesquisa que estamos a preparar para o próximo ano sobre politicas públicas inclusivas numa perspectiva de género.
Esperamos fazer esta pesquisa em seis províncias e 18 municípios com cerca de 3 mil respondentes, para que se tenha uma ideia do que é a situação real.
Com essa pesquisa não queremos apenas conhecimento, mas estudar também quatro principais variáveis, por um lado adquirir o conhecimento. Por outro, ter o acesso porque posso conhecer, sem ter acesso. Por outro lado, a participação, porque posso conhecer, mas não participar, e ainda falarmos do controlo, e até que ponto as pessoas têm controlo sobre estes elementos.
Portanto, esperamos que com os resultados dos trabalhos que fazemos e com os resultados desta pesquisa e da análise que vamos fazer do OGE, ao chegar ao terceiro e último ano possamos fazer uma grande campanha de advocacia e divulgação em que, a partir das evidências que forem adquiridas ao longo do Projecto, possamos contribuir para que todos e todas tenhamos melhores políticas públicas e inclusivas em Angola”, afirma o frei.