Dia Internacional da Mulher

O que é preciso?

O Dia Internacional da Mulher é o resultado de uma série de factos e reivindicações de mulheres, principalmente nos EUA e Europa, por melhores condições de trabalho e direitos sociais e políticos, que tiveram início na segunda metade do século XIX e se estendeu até as primeiras décadas do século XX.

O marco deu-se concretamente no dia 8 de Março de 1859, quando trabalhadoras de uma indústria têxtil de Nova Iorque fizeram greve por melhores condições de trabalho e igualdade de direitos trabalhistas para as mulheres. O movimento foi reprimido com violência pela polícia.

A 26 de Março de 1910 na Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhaga, onde a líder socialista alemã Clara Zetkin propôs a instituição de uma celebração anual das lutas por direitos das mulheres trabalhadoras. Ficou então decidido que o 8 de Março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem ao movimento pelos direitos das mulheres e como forma de obter apoio internacional.

Passados 116 anos, isso em 1975, durante o Ano Internacional da Mulher, a Organização das Nações Unidas (ONU) passou a celebrar o Dia Internacional da Mulher em 8 de Março.

O objectivo principal da criação da data não era somente comemorar, mas sim, e como tem acontecido na maioria dos países, realizar-se conferências, debates e reuniões com o objectivo de se discutir o papel da mulher na sociedade actual, tendo em conta questões que afectam as suas vidas, como é o caso, por exemplo, dos baixos salários, da violência masculina, jornada excessiva de trabalho, abuso e exploração sexual, a desigualdade de oportunidades e tantos outros males que afectam as mulheres. O esforço é tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher.

Então, o que é preciso?

Como augura os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, precisa-se acabar com todas as práticas nocivas como os casamentos prematuros, forçados e envolvendo crianças bem como as mutilações genitais femininas. Precisa-se eliminar todas as formas de violência contra as mulheres e meninas nas esferas pública e privada, incluindo o tráfico e exploração sexual. Precisa-se eliminar as disparidades de género na educação e garantir a igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação profissional para os mais vulneráveis, incluindo as pessoas com deficiências, povos indígenas e crianças em situação de vulnerabilidade,

Precisa-se reconhecer e valorizar o trabalho de assistência e doméstico não remunerado, por meio da disponibilização de serviços públicos, infraestruturas e políticas de protecção social, promoção da responsabilidade partilhada dentro do lar e da família, conforme os contextos nacionais.

Precisa-se garantir a participação plena e efectiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, económica e pública. Que se realizem reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recursos económicos, à propriedade e controlo sobre a terra e outras formas de propriedade, serviço financeiro, herança e recursos naturais, de acordo com as leis nacionais.

Precisa-se adoptar e fortalecer políticas sólidas e legislação aplicável para a promoção de igualdade de género e o empoderamento de todas as mulheres e meninas, a todos os níveis.

Passados 161 anos desde as primeiras reivindicações das mulheres, ainda se verificam problemas ligados à violação dos Direitos Humanos contra a dignidade das mulheres.

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