No sábado, dia 11 de Novembro, por sinal dia em que se comemora a independência de Angola, o onjango do Mosaiko acolheu cerca de 50 pessoas, com especial destaque para a académica Cesaltina Abreu, que teve a responsabilidade de moderar o debate, e para os membros dos Grupos Locais de Direitos Humanos vindos das províncias de Benguela, de Cuanza Sul, Lunda-Norte, Cuando-Cubango, Cuanza Norte, Huíla e do Uíge.
Na actividade que teve a duração de duas horas e meia debateu-se sobre como continuarmos a lutar pela efectivação de muitos Direitos Humanos, nomeadamente: o direito à participação na vida pública, direito à liberdade, ao ensino de qualidade o direito ao desenvolvimento, etc.
A Dra. Cesaltina Abreu começou a sua facilitação citando Mário Rui Monteiro, Uma vez que acabamos com a guerra, vamos lá ver se a gente arranja uma nova dipanda para acabar com a fome e com o medo. Entretanto, referiu que há 42 anos queria-se uma independência para criar uma situação em que todos fossem considerados cidadãos.
A facilitadora disse ainda que estamos a experimentar uma nova fase. Outros ares parecem estar a dominar o nosso ambiente social politico marcado pelas eleições gerais de Agosto, disse Cesaltina Abreu.
Provocados pela Dra. Cesaltina Abreu sobre como cada um pode dar a sua mão para colmatar os problemas que o País ainda vive, com 42 anos de independência, várias foram as experiências partilhadas pelos participantes.
O jovem Isildo Tito Marques acredita que juntos podemos mover Angola, por isso tem feito palestras para motivar outros jovens a ler mais e a terem acções cívicas proactivas. Uma outra participante falou sobre o medo que ainda inibe muita gente de participar, a jovem disse que acredita que é possível ganhar a luta pelos nossos direitos, mas ainda é muito difícil no contexto de Angola.
Já Severino Sacutata disse que já criou uma associação para alfabetizar adolescentes e jovens do seu bairro.
Laurinda Gouveia outra participante no debate sobre o tema “Cidadãos de um País Independente” disse que já participou de várias actividades cívicas no seu bairro, uma delas foi a de colocar um cartaz de pano branco com mensagens a exigir uma ponte de travessia, uma vez que a população reclamava de muitos atropelos nas estradas do seu bairro.
Cesaltina Abreu enalteceu os exemplos partilhados e sublinhou que ser cidadão dá muito trabalho e que os direitos que nós gozamos hoje são fruto de luta dos povos. Temos que continuar a lutar pela efectivação dos nossos direitos. Se deixarmos que as coisas mudem apenas pela vontade de Deus estaremos a fugir das nossas responsabilidade como cidadãos, disse a facilitadora.
Mosaiko 20 anos ao serviço dos Direitos Humanos em Angola