Menos militância mais cidadania

Num contexto partidário como o de Angola, onde é mais fácil obter um cartão de militante do que o bilhete de identidade. E há uma bipolarização partidária que aniquila ou...

Num contexto partidário como o de Angola, onde é mais fácil obter um cartão de militante do que o bilhete de identidade. E há uma bipolarização partidária que aniquila ou permeia todo o intento de cidadania, ter Democracia fora dos partidos é ainda uma miragem…  

No Cidadania em Debate, do passado dia 13 de Maio, reflectiu-se sobre ” Democracia fora dos partidos políticos”. Para Dito Dali, activista e um dos facilitadores convidados, “a democracia fora dos partidos políticos está em ascensão fruto disto é o seu exercício nas organizações da sociedade civil, universidades e outros organismos que estão fora da esfera dos partidos políticos”.

No geral, a população desconhece que a democracia é o poder do povo e isso tem impedido que os cidadãos usufruam em pleno dos seus direitos. Entre os participantes e facilitadores ficou claro que a forma como está estruturado o sistema político em Angola tem concorrido para esse total desconhecimento, mas no dia em que o cidadão perceber que a democracia é o poder do povo e que deve exigir a concretização dos seus direitos, haverá um novo estágio de concepção da democracia.

Por seu turno Zola Álvaro, activista cívico e defensor dos direitos humanos, referiu que “em Angola não se consegue pensar democracia fora dos partidos políticos e isso é uma consequência histórica, fruto dos dois movimentos políticos que mais tarde, passaram a partidos políticos. Em 1992 começamos com a democratização das instituições e isso temos feito até hoje, mas não se enraizou no espírito e na concepção da opinião pública.”.

“Agora forçam uma narrativa pública de exercício de cidadania que legitima uma situação de bipartidarismo em Angola que acaba de alguma forma, por criar um clima contaminado de discussões necessárias no espaço cívico e acho que enquanto cidadãos temos de nos impor. O caminho é criarmos uma pauta colectiva e olharmo-nos e assumirmos um compromisso enquanto sociedade civil e criarmos uma agenda que começa a impulsionar tanto o executivo, do ponto de vista da efectividade das políticas públicas, como os partidos políticos, do ponto de vista da reacção para emancipação da própria democracia” finalizou.

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