Não são conhecidos sistemas ou estratégias concretas que visem apoiar os que sobrevivem à violência sexual em Angola e, por essa razão, o Mosaiko|Instituto para a Cidadania decidiu reunir técnicos de vários sectores no passado dia 24, em Luanda.
Depois da Conferência Internacional sobre o Papel dos Sistemas de Justiça no Combate ao Abuso Sexual que decorreu em Setembro do ano passado, tornou-se pertinente organizar um primeiro encontro técnico para “definir os passos seguintes para a efectivação de um sistema de suporte aos sobreviventes de violência sexual, com a co-responsabilização de todos os sectores”, lê-se no programa do encontro.
Esta procura conjunta de um sistema, iniciou-se com uma questão concreta: O que existe neste momento para apoiar os sobreviventes? Os técnicos, representantes do Tribunal Constitucional, Provedoria de Justiça, Ministérios do Interior, da Justiça e Direitos Humanos, Instituto Nacional da Criança, Ordem dos Médicos, psicólogos, Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e organizações a sociedade civil, chamados para reflectir, notaram logo à partida, a necessidade de articular os serviços e de desenvolver um sistema multisectorial.
As dinâmicas usadas neste encontro, além de permitirem detectar os problemas e falhas, possibilitaram o contacto entre os técnicos, conhecer o trabalho que cada um desenvolve nos seus sectores e identificar eventuais sinergias que poderão melhorar o apoio aos sobreviventes de violência sexual.
No final deste primeiro encontro, o Mosaiko desafiou os técnicos a estabelecerem o compromisso de reportar as dificuldades e problemas identificados aos diferentes departamentos que representam para que além de questões concretas, num próximo encontro sejam também debatidas respostas, ideias ou estratégias.
Juntos por uma Angola melhor!