Florita Telo conduziu o Cidadania em Debate do último sábado, 13, sobre Desigualdade Social na Perspectiva de Género. Aspectos culturais não escaparam à discussão.
No debate que decorreu, no Jango do Mosaiko|Instituto para a Cidadania, em Viana, os participantes levantaram questões relacionadas à equidade de género, num cenário de discussão de ideias sobre “qual é o papel do homem e da mulher dentro e fora do lar” e numa dinâmica utilizada pela Florita Telo que, através de questões, trouxe situações do quotidiano, colocando os participantes a reflectir sobre “supremacia e desvantagens” existentes entre os géneros.
Ao falar do papel que a cultura desempenha na unidade de um grupo e sobre os valores que entretanto devem ser preservados, Florita Telo referenciou que, na cultura, existem elementos que não colocam em causa a unidade do grupo e que ainda assim são mantidos: “Um homem lavar a louça em quê que mexe na cultura, será que a nossa etnia vai deixar de existir?”, questiona. Acrescentando que “o que nos mantém unidos não pode estar à custa do sacrifício de algumas pessoas porque comunidade é comunidade, todo mundo é responsável pelo outro, eu sou porque tu és”. Florita Telo disse também que não se deve restringir a abordagem de género à mulher. “Quando nós falamos de desigualdade social na perspectiva de género estamos a falar daquelas desigualdades que geram desvantagens entre homens e mulheres” disse.
Quanto à participação das mulheres nos espaços públicos, a convidada do Cidadania em Debate, falou que a abordagem deve ser “sempre” no âmbito estrutural e sistemático. Como exemplo, Florita pediu aos mais de 30 jovens presentes que reflectissem sobre o que acorre quando pessoas são aprisionadas numa gaiola durante muitos anos e, de repente, a gaiola se abre.
“Eu desde pequena sou aquela menina que não assistia ao telejornal porque estava a lavar a louça e estava a limpar o chão e que nas conversas de casa meu pai sempre dizia `menina não fica aqui´ e hoje nos disseram `vão e façam, homem lavam a louça e mulheres venham no espaço público´” disse.
O Cidadania em Debate tem o apoio da MISEREOR
