Educação exclusiva e descontextualizada

A Educação gerida como privilégio e não como um direito foi o tema de mais um Cidadania em Debate que ocorreu no passado sábado, 13, no jango do Mosaiko, desta...

A Educação gerida como privilégio e não como um direito foi o tema de mais um Cidadania em Debate que ocorreu no passado sábado, 13, no jango do Mosaiko, desta vez orientado por Victor Barbosa, da Rede Educação para Todos.

Escolas ou salas de aula que só existem no papel; Procura que supera a oferta; escolas que mecanizam o conhecimento como se os estudantes fossem robôs… Foram algumas observações apresentadas por alguns dos 70 participantes.

Além disso, Victor Barbosa asseverou que o direito à educação que é para todos não está a ser garantido, “mas é obrigação do Estado dar escola pública, não está a fazer favores a ninguém quando assim acontece, é uma questão de justiça social”.

Parafraseando o educador e filósofo Paulo Freire: aprender a ler as palavras só por si, não basta, Barbosa ressaltou a importância da educação ser contextualizada, já que o país possui uma diversidade cultural, contudo todos os estudantes aprendem com os mesmos manuais, sem particularidades aparentes.

“Por isso, mais do que ler e escrever as palavras, devemos ao mesmo tempo, aprender a ler o meio em que vivemos, agindo de modo crítico”, defendeu.

Para o ensino da língua portuguesa, se os textos reflectissem a realidade sociocultural local, faria com que os estudantes tivessem uma reacção positiva e melhores resultados. “As pessoas vão aprender a ler e a escrever mais depressa!”, sugeriu.

De acordo com Victor Barbosa os angolanos não devem aprender a ler e escrever por ler e escrever e relembrou como é avaliado o índice de aproveitamento nas escolas do país: “O progresso de alfabetização em Angola, faz-se mediante testes a um determinado grupo de estudantes, em função do resultado desta prova [que normalmente é escrita], conclui-se que determinado número de estudantes estão alfabetizados. E isso é falso”, sublinhou.

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