“É preciso apostar na componente educativa no sentido de ajudar as pessoas a se libertarem e terem consciência crítica da sua realidade, porque as desigualdades diminuem quando investimos na educação e no carácter”, afirmou o gestor de governação da Development Workshop (DW), durante o debate sobre o tema “Reduzir as Desigualdades”.
O encontro, realizado pelo Mosaiko no dia 14 de Julho, no Jango da instituição, no âmbito do projecto Educação em Direitos Humanos, procurou fomentar a cultura jurídica entre os angolanos e capacitá-los a analisar temas ligados aos principais problemas sociais que o País enfrenta.
Com a moderação do educador Social e gestor do sector de governação da DW, João Domingos, o debate reuniu 75 participantes, dos quais, 55 homens e 20 mulheres.
O moderador começou a sua intervenção mostrando algumas imagens que ilustram situações de desigualdade, como os contrastes entre periferias e cidades, pobres e ricos, os “sem tecto” e os que têm casas luxuosas. Desta forma, João Domingos abriu a sessão, provocando a intervenção dos participantes com questões relacionadas com as imagens observadas, nomeadamente: Como reduzir as desigualdades?
Para a estudante do curso de Economia, Tânia Cambundi, o processo de redução das desigualdades é contínuo e depende de investimento na educação e no combate à corrupção.
“O combate à desigualdade é tarefa de todos e não de um indivíduo ou instituição em particular” e que a luta contra este fenómeno social, passa também por “ajudar os cidadãos a construir um pensamento crítico sobre as diferentes situações que afectam a sociedade”.
O participante Justino Angolar afirmou ser também um problema ligado à desigualdade, o êxodo de cidadãos, sobretudo de jovens, para as grandes cidades, como Luanda, à procura de melhores condições de vida, por força da escassez de empregos nas suas províncias.
“Muitos estão desempregados devido à injustiça na distribuição de recursos, bens e serviços nas outras províncias, para além de Luanda”, disse Justino Angolar, apelando à criação de oportunidades para os jovens que não residem na capital do País.
No final do debate, os participantes concluíram que a gestão dos recursos públicos precisa ser feita com justiça, o processo deve ser realizado com a participação cívica dos cidadãos na tomada de decisões de políticas públicas. Por outro lado, finda a discussão também foi defendido que a redução das desigualdades deve começar por um aumento da renda das famílias e pelo combate ao nepotismo, favoritismo e partidarização das instituições públicas.
Após a sessão, em entrevista, o especialista em governação, João Domingos, disse que o momento serviu para reflectir à volta de tudo quanto tem acontecido em diferentes sectores como, por exemplo, a educação.
O debate foi realizado com o apoio da Misereor, do Instituto de Camões e da Fundação Fé e Cooperação (FEC).
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