No sábado dia 28 de Outubro de 2017, o “Cidadania em debate” juntou no onjango do Mosaiko mais de 100 jovens para reflectirem sobre o tema arte e cidadania: Canções que mudam o pensamento. No encontro falou-se sobre o papel da arte de modo geral e da música de forma muito particular.
O Mosaiko | Instituto para a Cidadania conta com intervenção de diversos actores para a construção de uma Angola melhor, por isso tem convidado músicos, cineastas, actores de teatro e outros artistas à se juntarem a defesa dos Direitos Humanos no nosso país. Foi nesse contexto que convidou o rapper MKC, músico angolano para facilitar o tema da 13ª edição do cidadania em debate.
A música e as demais artes nomeadamente: a dança, o teatro, a pintura, a poesia, a escultura sempre fizeram parte da vida das pessoas a nível do mundo e a história universal mostra extractos desta convivência da pessoa com o mundo das artes.
No nosso país não foi diferentes, músicos, e tantos outros actores sempre procuraram criar a partir da realidade que viviam desde o tempo da escravatura à luta de libertação nacional, músicos como Rui Mingas Lourdes Vandú-nem, os Kiezos, kamosso, Elias Diakimuezo a título de exemplo, sempre cantaram em prol da independência de Angola, na fase da guerra civil nos anos noventa, Paulo Flores, Tchissica, Élvio, Impactos4, Lina Alexandre, também faziam música de intervenção social. Depois dos acordos de Bicesse em 2002 músicos jovens como brigadeiro 10 pacotes, Eva rapper diva, MCK, entendem que ainda continuamos a viver em clima de desigualdade social, de injustiça social e através da música decidem manifestar o seu descontentamento.
O facilitador da 13ª edição do Cidadania em debate, o rapper MKC, contou que começou a ter acções de cidadania no âmbito artístico que é conduzido pela música, numa fase em que olhava para o seu bairro como um lugar inseguro para se viver e queria de modo particular melhorar aquela realidade, neste âmbito primeiro lançou uma obra discográfica intitulada trincheiras de ideias,e a música técnica, causas e consequências teve um impacto muito forte na sua vida. Logo a seguir arrancou com o projecto “bolas e t-shirts”. O músico acreditava que com este projecto poderia podia ocupar com jogos os jovens do seu bairro e sobretudo evitar a que eles fossem mortos por conta da delinquência que era acentuada no seu bairro.
E o seu trabalho a favor dos Direitos Humanos, MCK diz que o estímulo vem na sua fé na inversão do quadro da situação na comunidade
Neste debate falou-se ainda sobre o poder da música para transformação social, MCK chama atenção para que cada um seja intérprete da sua realidade e que tenha a responsabilidade de se tornar semente de transformação no seu bairro.
Questionado por António Cândido sobre as dificuldades que o artista enfrenta e a sua persistência, MCK disse que é apenas um, mas pequenos exemplos podem se transformar em grandes acções por isso sublinha que vale a pena continuar.
Em entrevista ao nosso portal o artista manifestou o seu contentamento em participar pela primeira vez como prelector no cidadania em debate e sublinhou que a ideia do onjango remete ao valor da oralidade e da partilha de experiência que é muito forte no nosso país.
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