“Um dia estaremos no lugar de servidores públicos”

Um activista que fala de tolerância, responsabilidade e da voracidade dos governantes. Cheick Hata facilitou o Cidadania em Debate no passado sábado, 9,  no Jango Mosaiko|Instituto para a Cidadania, em...

Um activista que fala de tolerância, responsabilidade e da voracidade dos governantes. Cheick Hata facilitou o Cidadania em Debate no passado sábado, 9,  no Jango Mosaiko|Instituto para a Cidadania, em Viana.

“Movimentos Cidadãos e Democracia em Angola” foi o tema em debate e Hata relembrou que os movimentos revolucionários querem uma mudança total do sistema, por isso florescem em sociedades não democráticas como a de Angola.

O activista que integrou os “15+2”, acrescentou que uma democracia operacional não se sustenta apenas de leis formais e que “sensibilidade e materialização são elementos necessários”.

Em sociedades como a nossa, onde segundo o facilitador, predomina o excesso de regras para limitar a acção humana: “aquele que está no poder age como um animal que não conhece qual é o seu papel social e precisa insistentemente de ser domesticado e educado”, ironizou.

 “Eu defino o sistema como um animal feroz e faminto… de onde é que miúdos como vocês, que fazem parte de movimentos revolucionários, buscam a energia mental para enfrentar o leão?”, questionou Justino Jamba, um participante do debate. O activista respondeu numa única palavra: “comprometimento”.

No lugar do “leão”

“Um dia estaremos no lugar de servidores públicos”, referiu Hata e na medida em que “o sistema político se abre, aumentam as nossas responsabilidades, nós hoje, reivindicamos autarquias, mas amanhã podemos ter toda uma autarquia a criticar-nos por má-gestão”.

Sobre a importância da tolerância, Hata alertou que, tal como acontece actualmente com o regime, se os activistas e manifestantes não se cuidarem, futuramente, também serão apelidados ditadores. “Não será por questões exclusivamente políticas, será por questões sociais ou ambientais. O mundo é dinâmico, novas comunidades surgem e novas filosofias são adoptadas”, concluiu.

Mais de 60 jovens participaram do Cidadania em Debate, uma iniciativa que conta com o apoio da MISEREOR.

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Construindo Cidadania 691 – Ilícito de mera ordenação social, transgressões administrativas e infracção de trânsito