31 de Dezembro
Luanda
Para celebrar o Dia Mundial da Paz, neste primeiro de janeiro de 2017, a Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou a mensagem do Papa Francisco com o tema: A não-violência: estilo de uma política para a paz.
Os votos expressos pelo Pontífice convidam todos os povos, e não só aos católicos para que a não-violência se torne o estilo caraterístico das decisões, dos relacionamentos, das ações, da política em todas as suas formas.
Ao comemorar 50 anos desde que a mensagem do Beato Paulo VI foi inaugurada, o Papa Francisco reflete que não é fácil saber se o mundo de hoje é mais ou menos violento que o de ontem. Seja como for, esta violência que se exerce aos pedaços, de maneiras diferentes e a variados níveis, provoca enormes sofrimentos de que estamos bem cientes: guerras em diferentes países e continentes; terrorismo, criminalidade e ataques armados imprevisíveis; os abusos sofridos pelos migrantes e as vítimas de tráfico humano e a devastação ambiental, comenta Francisco.
Na contramão das ações violentas praticadas por diferentes pessoas e grupos, o Papa citou exemplos de algumas pessoas que souberam praticar as bem-aventuranças e promover a paz, dentre elas estão: Madre Teresa de Calcutá, Mahatma Gandhi, João Paulo II, Martin Luther King e, de modo particular, as mulheres, como Leymah Gbowee e o grupo por ela liderado durante a guerra civil na Libéria.
Francisco lembra que a prática de ações construtoras da paz não devem ser realizadas só por católicos, mas também por líderes políticos e religiosos, para os responsáveis das instituições internacionais e os dirigentes das empresas e dos meios de comunicação social de todo o mundo. Quem oferece o manual desta estratégia de acção é o próprio Jesus, com as bem-aventuranças: felizes os mansos, os misericordiosos, os pacificadores, os puros de coração, os que têm fome e sede de justiça, afirma o Papa.
Mas para praticá-la em larga escala, esta deve ser o estilo de vida manifestado primeiramente na família. A partir da família, a alegria do amor propaga-se pelo mundo, irradiando para toda a sociedade, escreve o Papa, lançando um apelo contra a violência doméstica e os abusos sobre mulheres e crianças.
Novo Dicastério
Ao finalizar a mensagem, Francisco assegura que a Igreja Católica acompanhará toda tentativa de construir a paz, inclusive através da não-violência activa e criativa. O Pontífice também anunciou que no dia 1 de janeiro de 2017, Dia Mundial da Paz, nasce o novo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. Este organismo ajudará a Igreja a promover a justiça, a paz e a salvaguarda da criação através da solicitude para com os migrantes, os necessitados, os doentes, os excluídos, as vítimas dos conflitos armados e das catástrofes naturais, os reclusos, os desempregados e as vítimas de toda e qualquer forma de escravidão e de tortura.
Nos votos finais, Francisco reitera que neste ano de 2017, possamos nos comprometer, por meio da oração e da acção, a tornar-nos pessoas que não deixam nos corações, palavras e gestos violentos, que possamos construir comunidades não-violentas, que cuidemos da casa comum. Nada é impossível, se nos dirigimos a Deus na oração. Todos podem ser artesãos de paz, conclui o Papa.
A mensagem foi divulgada a 12 de dezembro de 2016.
Confira o texto na integra, acesse a página: http://pt.radiovaticana.va/news/tags/mensagem-paz-2016.