1º De Maio
“Toda pessoa tem direito ao trabalho. À livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra o desemprego.”
(Declaração Universal dos Direitos Humanos, artº 23, nº 1)
O trabalho, enquanto actividade humana destinada à produção de bens e serviços, é um direito fundamental de todo o ser humano. No trabalho a pessoa desenvolve as suas capacidades físicas e intelectuais e realiza-se como pessoa, contribuindo também para o progresso da sociedade.
Sendo o trabalho um meio de preservação e promoção da dignidade humana, o mesmo deve ser escolhido e exercido de forma livre, dentro das opções possíveis, sem qualquer impedimento ou pressão de ordem familiar ou cultural. Por isso, toda a pessoa deve ser livre para poder trabalhar e para escolher o seu trabalho, dentro das oportunidades de que dispõe.
Enquanto fonte de sustento, o trabalho, deve ser pago de forma justa de modo a permitir a satisfação das necessidades de quem trabalha e da sua família (alimento, vestuário, educação. Saúde, água, luz, gás, etc.). Por tudo isto, o trabalho é um factor de estabilidade pessoal e familiar.
Todavia, actualmente, o interesse desmedido que muitas pessoas têm pelo dinheiro faz com que o trabalho seja, na vida de algumas delas, um factor de desestabilização pessoal e familiar. Estas pessoas muitas vezes trabalham em vários locais, num stress constante, e acabam por ter pouco tempo e atenção para consigo mesmas e para com as respectivas famílias, gastando quase todo o tempo que têm com o trabalho e usando frequentemente os rendimentos do trabalho para fins que não dignificam nem a própria pessoa nem a sua família.
É importante que todas as pessoas vejam o trabalho como um factor de dignidade pessoal, promoção social e bem-estar familiar.
Em Angola não existem dados determinantes sobre a situação de trabalho, algo que esperamos que seja possível superar com as informações fornecidas pelo Censo de 2014. Mas, olhando para a realidade é possível apresentar alguns factos, como por exemplo o índice elevado de trabalho informal. As ruas apresentam-se como “centros de trabalho”, onde se desenvolvem uma infinidade de actividades, pois, como diz Alves da Rocha “a economia formal não tem tido capacidade de oferta sustentada de novos postos de trabalho”.
É importante continuar a incentivar políticas de Estado que promovam a criação de mais postos de trabalho. Este é um desafio para o nosso país. Uma política que dê garantias ao investimento estrangeiro, e ao mesmo tempo crie medidas de segurança para cada trabalhador angolano.