A mutilação genital feminina é uma acção que consiste na remoção total ou parcial do clítoris. Segundo a Organização Mundial da Saúde ( OMS) existem muitas variações de mutilação genital feminina.
Uma prática que acarreta a curto, médio e longo prazo consequências físicas e psicológicas na vítima: o sofrimento que a maioria das mulheres sente no momento do corte, o doloroso processo de cicatrização da ferida acompanhada com frequência de infecções, a vítima sofre ainda de dores ao urinar e defecar. Incontinência urinária e infertilidade são outras das sequelas mais comuns.
O facto de serem usadas as mesmas facas ou lâminas para mutilar várias crianças acrescenta o risco de as vítimas contraírem o vírus da SIDA e de outras doenças transmissíveis por meio de objectos cortantes.
Nalgumas comunidades a mutilação é suportada por crenças de ordem religiosa e costumeira. Ainda que esta prática possa ser encontrada entre cristãos, judeus e muçulmanos, nenhum dos seus livros sagrados prescreve a excisão.
A mutilação genital feminina é praticada em várias partes do mundo, em África destacam-se alguns países como o Chade, o Mali, a República Centro-Africana, a Guiné Conacri, a Etiópia, Níger, o Ghana, Nigéria, Tanzânia, Egipto, Sudão, Somália, Burkina Faso.
No nosso país esta prática não é muito visível, apesar de haver indícios da existência da mesma em algumas regiões do sul de Angola.
Uma das formas de combater este problema é sem dúvida o recurso à informação como forma de criar novas consciências, no sentido de as tirar de um tradicionalismo que, decididamente, nada tem a ver com o futuro das mulheres e muito menos com aquilo que todos esperam ser a consolidação de todo o processo de crescimento e de desenvolvimento do continente africano.