ACTIVISMO PARA OS DIREITOS HUMANOS

Num cenário em que se evidencia cada vez mais a violação dos direitos humanos em Angola, muitas vezes sob os auspícios de quem governa e tem o dever de garantir...

Num cenário em que se evidencia cada vez mais a violação dos direitos humanos em Angola, muitas vezes sob os auspícios de quem governa e tem o dever de garantir a manutenção desses direitos, o activismo tem sido uma das principais formas de fazer ouvir a voz das/os cidadãs/os que clamam pela defesa dos seus direitos fundamentais.

No Cidadania em Debate deste sábado, 12 de Outubro, no Jango do Mosaiko, sob o tema “O Activismo para os Direitos Humanos”, as/os participantes destacaram a necessidade de não se confundir o activismo cidadão com o cumprimento da agenda política e militante, sendo possível olhar para esse dever cívico sem associar o pensamento ou a acção a um ou outro partido político.

“Muitos activistas olham para o activismo como uma forma de realização pessoal ou poder de satisfação das suas próprias necessidades. Quando isso acontece, é muito fácil agirmos contra o que é certo ou contra a moral e os nossos governantes sabem disso”, disse Tereza João, activista e facilitadora do debate, enfatizando que o activismo deve ter como foco a defesa da garantia dos direitos humanos para todas e todos e não a satisfação de interesses individuais, abstendo-se do “activismo do estômago”.

O exercício do activismo, que deve estar acompanhado de uma consciência crítica e construtiva sobre os direitos humanos, é muitas vezes limitado a sair às ruas para as manifestações de massa, tendo as/os participantes chegado à conclusão de que, no nosso país, apesar de ainda não dar lugar a grandes revoluções, o activismo tem causado impacto e continua a ser uma das principais formas de resistência e exercício da cidadania.

“A intelectualidade e o conhecimento são vistos como ameaça, porque os nossos governantes querem cidadãos que só dizem sim, sim”, reforça Ferreira Bernardo, participante do debate que contou com a presença de aproximadamente 30 pessoas.

Apoio: Misereor

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