À medida que a economia mundial cresce, o mundo vai ficando com muito mais sede. No relatório das Nações Unidas publicado em Março do ano corrente, por ocasião da celebração do dia Mundial da Água, 22 de Março, perspectiva-se que em 2030,o mundo terá 40% menos de água doce, se não forem tomadas desde já, medidas para reduzir a sua má utilização.
O aumento do consumo de carne, a construção de casas maiores, o elevado número de automóveis, mais electrodomésticos consumidores de energias são apontadas como algumas das causas que estão na base da escassez da água no planeta.
A procura de água tende a crescer o dobro em relação à taxa de crescimento da população, pelo que com o aumento da população mundial para 9,1 mil milhões de pessoas até 2050, gerir os recursos hídricos será particularmente crítico.
Mais pessoas a viverem em cidades tenderão a colocar pressão sobre o abastecimento de água, estimando-se que 6,3 mil milhões de pessoas, ou seja, cerca de 69% da população mundial, viverá em áreas urbanas até 2050, contra os actuais 50%.
A agricultura é tida como o sector que mais utiliza a água, gastando cerca de 70% das reservas de água doce do mundo, é o sector mais dramático, dado que é também aquele em que se verifica um uso menos eficiente deste precioso recurso.
Em Angola segundo dados do IBEP 2008, ( inquérito sobre o bem -estar da população ) estimava-se que na altura, cinquenta e oito por cento da população angolana não tinha acesso a água potável. As zonas Rurais são tidas como espaços onde o acesso a este precioso líquido é mais complicado, fazendo com que apenas 38 por cento da população rural, ou seja, cerca de sete milhões de pessoas tivesse acesso a água potável.
Para inverter este cenário, o Executivo Angolano traçou um projecto denominado água para todos com o objectivo de reduzir o número de famílias que vivem sem água potável. Programa este que se consubstancia na abertura de novos sistemas de água no país.
Num mundo que enfrenta o fenómeno das alterações climáticas, a segurança da água para fornecer alimentos e energia, para gerar um crescimento verde e sustentável e assegurar o funcionamento dos ecossistemas, é uma necessidade vital.