A socialização torna-nos seres racializados, muito embora biologicamente sejamos uma só espécie/raça humana. Esta construção científica, sociólogica e económica de raça chega a ser mais forte que a natureza e por isso, assim que nascemos, logo nos primeiros contactos com a “civilização”, aprendemos a discriminar.
A maioria de nós observa este fenómeno, o racismo ou outros como o género, com estranheza, como se a reivindicação anti-discriminação fosse contranatura, sem percebermos que o fundamento colectivo para qualquer tipo de discriminação foi e continua a ser, forjado sob premissas universais excludentes que servem apenas os interesses de um grupo que se sobrepõe inferiorizando os demais.
Não há discriminação sem estruturas política, económica, religiosa, cultural e científica que se universalizam para cristalizar o conhecimento único. Assim enraizamos e tornamos natural a discriminação, a ponto de ser normalizado por quem discrimina e por quem é discriminado.
Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial
Apoio: MISEREOR