Mosaiko

HISTÓRIA DO NOME

Nas sociedades tradicionais, cada aldeia, costume ou instituição tem uma história e assim acontece com o Mosaiko:
Muntu
Muntu [“pessoa” em várias linguas bantul vivia numa aldeia no meio da floresta e tinha muitos filhos. Certo dia, os homens da aldeia foram à caça e Muntu foi com eles. Após um dia de sol ardente atrás dos animais, houve uma grande confusão para repartir a carne e começou uma guerra tal que os habitantes da aldeia dispersaram.

Parte da família de Muntu foi morta, ele andou perdido no mato e distanciou-se tanto que chegou a uma terra árida. Depois de muito andar e já sem esperanças, Muntu encostou-se a um embondeiro para morrer sem reparar que aquele embondeiro estava cheio de múkuas (frutos). Mas notou, entretanto que muitos pássaros picavam constantemente, o tronco do embondeiro e então resolveu perguntar o nome deles.

Kisalu [“trabalho” em Kikongol responderam eles. Muntu decidiu também, picar o tronco do embondeiro e ao descobrir que podia alimentar-se das lascas picotou-o até que passados três dias, tinha rasgado um grande fosso no tronco da árvore.
alimentar-se do seu caule, mas o fosso do embondeiro estava cheio de água que lentamente vertia.
Muntu bebeu até ficar saciado e exclamou muito reconhecido ao embondeiro: ‘foste a minha salvação, pois se não fosse o teu caule, estaria morto há muito tempo’. A água do embondeiro deu-lhe força para voltar à aldeia. Agora deserta e destruída.
Debaixo de uma mulemba sentado, pensou: ‘Como fazer regressar os outros?’ Foi falar com a velha Emwainasano [ “harmonia” em Kwanyama, uma pessoa chela de experiência de vida que aconselhou-o a fazer uma grande festa – a festa do Mosaiko – para a qual convidaria os habitantes dispersos.
Muntu ficou feliz com a ideia e espalhou a notícia de que todos podiam regressar sem receios. Assim, conseguiu reunir muitos na casa de Dikanda [“familia” em Ibindal. Enquanto comiam Kuzokoza [“tomar a palavra, ajustar” em Kimbundul lamentavam o acontecido e por terem obrigado a mais velha Emwainasano a abandonar a aldeia. Contudo, decidiram nunca mais provocar uma zanga tão grande.
Então entrou a mais velha que os aconselhou a escolherem Mbembwa [“paz” em Ngangelal para ser o soba, juntamente com o seu adjunto, o velho Esunga [“justiça” em Umbundul. Assim começou o batuque da grande festa do Mosaiko. Todos cantaram e dançaram assinalando o regresso.
Mbembwa voltou à aldeia e pouco dias depois, nasceu a sua cassule Murimu [“desenvolvimento” em cokwel. Entretanto, como tudo estava destruído e não havia comida, Muntu sugeriu que chamassem os Kisalu para ensinarem-lhes o canto do trabalho. Os Kisalu vieram e todos aprenderam a trabalhar.
Murimu la crescendo e um dia pensou dar flores a quem melhor imitasse a voz dos Kisalu. E todos receberam flores porque todos cantavam muito bem e até aprenderam a picar a terra.
Decidiram fazer reunião regularmente em casa de Dikanda e todos os anos, a festa do Mosaiko, onde todos se sentiam bem, tratavam-se como iguals. As mulheres já não passavam o tempo a trabalhar enquanto os homens iam beber. Descobriram que Kuzokoza era a melhor comida para dar força e se comessem várias vezes, evitava doenças.
A cada ano para a grande festa do Mosaiko, desde o soba Mbembwa até à pequena Murimu, todos traziam o melhor que tinham e Kuzokoza nunca faltava. Ao som do batuque cantavam o canto dos Kisalu e nessas alturas mesmo a velha Emwainasano ia pedir ao velho Esunga para dançar.
A festa do Mosaiko conjugou as sete palavras-chave e contribuiu para que a felicidade voltasse à aldeia angolana.
Mosaiko exprime a transformação multifacetada de uma realidade ameaçadora para uma oportunidade criativa seja a nivel politico, económico, social, cultural e/ou eclesial..

SETE LÍNGUAS

A palavra Mosaiko reúne uma letra de sete palavras das principais línguas nacionais de Angola:

SETE CORES

É por acreditarmos que a grandeza de um país se mede na grandeza do seu Povo que aproximamos a nossa linguagem do que é comum e verdadeiro para o/a Angolano/a.

As cores que utilizamos caracterizam valores e hábitos intrínsecos da sociedade Angolana.

Os verdes da natureza, os ocres e castanhos da terra, as cores quentes do sol… São todos tons que representam a energia angolana e a evolução positiva do país.

SETE VALORES

PROFISSIONALISMO

Todas e todos - sobretudo mais vulneráveis- têm direito ao melhor das nossas capacidades profissionais

DESENVOLVIMENTO

Todas e todos são agentes e a finalidade do desenvolvimento

SUSTENTABILIDADE

Todas e todos que se apropriam de competências são sustentáveis

EMPODERAMENTO

Todas e todos adquirem poder ao exercerem os seus direitos

PROXIMIDADE

Dialogar e construir com base na realidade de todas e todos

COMPROMISSO

O interesse comum é cumprido com transparência e equilíbrio

UNIÃO

A inclusão de culturas, conhecimentos e experiências, enriquece todas e todos

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